- Área: 70 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Hugo Santos Silva
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada numa aldeia, nas proximidades da vila de Ansião, encontra-se uma capela que depois de abandonada e maltratada, continua a dar provas da sua solidez. Embora continuasse a ser consumida pelo tempo descansava em silêncio, à espera de uma garantia da sua manutenção, o uso.
Encontrava-se em avançado estado de degradação. Contudo ao longo dos tempos surgirem algumas intervenções que danificaram a vivencia da capela e a sua condição estrutural.
Após uma análise profunda dos antecedentes da capela, registos antecedentes e vivências dos antigos habitantes, o projeto iniciado em 2010, pela primeira vez na sua história, afetava a totalidade do edifício. Processo complexo a que se somaram e se sobreposeram as atividades de restauração, reabilitação e restauração.
Propunha-se retribuir o conforto ausente no espaço, atribuir-lhe um carácter de permanência. Através de um conjunto de intervenções que pretendia trazer coerência interna a todo o conjunto das operações previstas no edifício na consideração da memória da capela.
Este projeto teve por base a revitalização do espaço interno da capela, criando um espaço harmonioso, num programa especialmente sensível, desenvolvendo uma linguagem atual, tendo sempre por base o respeito pelo patrimônio existente e o seu carácter arquitetônico.
Recuperar, na disposição assimétrica do seu interior, a memória histórica do edifício, estabelecendo relações de analogia com o núcleo funcional do existente maltratado e mutilado que iria recuperar as suas dimensões antigas. O novo sistema construtivo assentou, sempre que possível na recuperação das estruturas originais, substituindo as antigas vigas de madeira, que entretanto tinham ruído ou desaparecido.
A nova configuração espacial iria modificar a relação existente entre o vazio e o espaço construído, propondo relações de mais proximidade com o conforto.
De grande riqueza espacial clarificada, alterando a sua escala com o programa, em que as luzes, as transparências e as grandes perspectivas assumiram um protagonismo na definição dos novos espaços, tomando como premissa as paredes brancas existentes, declaradamente abstratas e cenográficas, transmitindo calma e leveza ao espaço, encenando a espacialidade religiosa, garantindo uma intervenção atual, respeitando o patrimônio existente e o seu caráter arquitetônico, atribuindo-lhe uma espacialidade cenográfica reutilizando objetos existentes, criando assim a sua identidade com base nos valores antecedentes.
Projeto desenvolvido em sintonia com os habitantes da aldeia, retirando deles o máximo de experiências antecedentes na capela, garantindo assim uma intervenção vivida por todos, criando uma proximidade do habitar prematuro.